
Não é segredo para ninguém que muitos alunos encontram dificuldade ou até mesmo não gostam da matemática e suas soluções. Isso ocorre desde os primeiros anos, quando, geralmente, são passadas somente as fórmulas e exercícios repetitivos. E, é nesse momento que deveriam entrar as atividades de raciocínio lógico.
Com o passar dos anos, novas metodologias vêm sendo implementadas em sala de aula com o intuito de aprimorar as formas de ensino-aprendizagem conforme desenvolvimento da sociedade e dos alunos. As aulas têm se tornado menos focadas em memorização e mais em compreensão.
O processo que antes era baseado em lista de exercícios, conceitos limitados e imposição de regras, atualmente deve ser construído com base nos desafios do dia a dia, estimulando a resolução de problemas e a organização de tarefas. E, essas características são encontradas nas atividades de raciocínio lógico.
Os resultados gerados através desse tipo de exercício e suas formas de pensar são muito benéficas para situações do cotidiano também. Para entender melhor sobre o que é o raciocínio lógico, como ele funciona e ver alguns exemplos de como trabalhar em sala de aula, continue a leitura!
O que é o raciocínio lógico?

O raciocínio lógico é uma habilidade técnica que está relacionada à estruturação de pensamento. E, diferente do que muitos pensam, ele vai além da resolução de questões matemáticas, podendo ser utilizado para o desenvolvimento do senso argumentativo, capacidade de interpretação, criação e muito mais.
O processo mental que se aprende através das atividades de raciocínio lógico serve para organizar e compreender as situações e desafios, para assim, solucioná-los. Ou seja, os estudantes entendem como a fórmula e o conceito funcionam, e de que maneira alguém chegou na conclusão, ao invés de apenas decorar as informações.
De modo geral, existem quatro principais grupos de atividades de raciocínio lógico:
Raciocínio lógico-matemático:
Solução de problemas associadas a números, contas e cálculos, criando uma relação lógica entre as informações;
Dedução:
Quando a questão é resolvida a partir de uma regra e premissa, como em: “Quando chove, a calçada fica escorregadia. Hoje choveu. Então, a calçada está escorregadia”;
Indução:
Resolução de problemas usando habilidades analíticas, reflexivas e críticas depois de compreender diversos exemplos e hipóteses sobre algum cenário.
Por exemplo: “Todo mundo que fica tossindo, com coriza e dor de garganta está gripado. João está com todos esses sintomas. Então, João está gripado”;
Abdução:
As hipóteses e as regras são determinadas pela pessoa para confirmar, investigar ou explicar a solução do problema. Diferente da dedução, na abdução não se tem a comprovação absoluta da resposta, então chega-se a uma conclusão mais provável.
Exemplo: “Toda vez que alguém entra em casa, o cachorro late. O cachorro latiu. Então, provavelmente alguém entrou em casa”.
A importância de aplicar atividades de raciocínio lógico em sala de aula
Desenvolver o raciocínio lógico de crianças e jovens através de diferentes atividades em sala de aula é essencial para desenvolver habilidades específicas, demonstrando caminhos alternativos para resolver problemas dentro e fora da escola. Tais exercícios ajudam na evolução cognitiva, na imaginação e no pensamento estratégico.
Além disso, pode-se promover uma alfabetização matemática, evitando pessoas frustradas com números e fórmulas, como uma boa parte da população é. Afinal, com um pensamento mais lógico, eles compreendem o problema ao analisar o cenário como um todo.
O raciocínio lógico também é muito visado no mercado de trabalho, em que empresas buscam colaboradores que saibam se comportar e refletir diante de situações desafiadoras no ambiente profissional.
Práticas para implantar atividades de raciocínio lógico na sala de aula

Separamos algumas dicas de atividades e práticas para você utilizar com as turmas em sala de aula ou passar como exercícios extras para que seus alunos desenvolvam o raciocínio lógico. Veja a seguir.
Utilize jogos de tabuleiro e lúdicos
São muitas opções existentes de jogos a serem trabalhados em sala de aula, como palavras-cruzadas, sudoku, xadrez e muito mais. Aquelas revistinhas com diversas atividades que desenvolvem a criatividade, o raciocínio lógico, o raciocínio matemático e, inclusive, conteúdos gramaticais e matemáticos.
Monte um quebra-cabeça
O quebra-cabeça trabalha muito não só o raciocínio lógico, como a concentração e a atenção das crianças. O cérebro precisa montar e desmontar a imagem proposta e analisar como cada uma delas deve ser organizada, trabalhando a estruturação de informação na cabeça do aluno.
E a melhor parte é que essa atividade pode ser trabalhada com diferentes anos, pois existem quebra-cabeça de diversos níveis, tamanhos e número de peças.
Estimule ainda mais a leitura
A leitura só traz benefícios, mas dentre eles, está o desenvolvimento do raciocínio lógico. Isso acontece porque ler uma história estimula análise, reflexão, conexão dos fatos e novas descobertas. O estudante precisa ler todas as informações, organizar o conteúdo, para assim, entender o que está acontecendo, mesmo que ele não faça isso de maneira consciente.
Aplique exercícios de raciocínio lógico de provas e vestibulares
Para séries mais avançadas, você pode trabalhar exemplos já existentes de exercícios de raciocínio lógico. Isso fará com que eles pratiquem bastante, mas também compreendam que as questões dessas provas podem ir além de conteúdos teóricos.
Ler exercícios já aplicados em vestibulares faz com que os estudantes tenham o trabalho de interpretar a pergunta, as respostas e ainda se acostumar com o formato das atividades de raciocínio lógico. Essas questões podem ser encontradas em simulados anteriores e na internet, disponibilizado pelas próprias instituições.
Exemplo:
“Questão ENEM 2012
Jogar baralho é uma atividade que estimula o raciocínio. Um jogo tradicional é a Paciência, que utiliza 52 cartas. Inicialmente são formadas sete colunas com as cartas. A primeira coluna tem uma carta, a segunda tem duas cartas, a terceira tem três cartas, a quarta tem quatro cartas, e assim sucessivamente até a sétima coluna, a qual tem sete cartas, e o que sobra forma o monte, que são as cartas não utilizadas nas colunas.
A quantidade de cartas que forma o monte é:
a) 21.
b) 24.
c) 26.
d) 28.
e) 31.
Estimule atividades e aulas de programação e robótica
Além desses temas fazerem parte do futuro do mercado de trabalho, saber programar ou entender de robótica são duas formas de desenvolver o raciocínio lógico na prática. A aproximação das crianças e jovens com a tecnologia facilita o despertar do interesse por tais temas e, consequentemente, trabalhar a lógica.
Junto com a escola, os alunos podem apresentar seus trabalhos nas feiras promovidas pela escola e participar de projetos e saídas de campo elaborados pelos professores com foco em programação, computação e robótica. Além disso, podem oferecer cursos gratuitos para aqueles que demonstram interesse, como os cursos de programação da Khan Academy.
São diversas opções para trabalhar junto com o aluno, que também pode assistir aulas e fazer exercícios na própria casa, enquanto o professor acompanha o seu desenvolvimento.
Além de programação, o uso de plataformas educacionais gratuitas também pode ajudar na implementação de atividades de raciocínio lógico. São aulas personalizadas, com conteúdos de alta qualidade e que seguem as diretrizes da BNCC.
Somos uma organização sem fins lucrativos e temos como missão oferecer educação gratuita para qualquer pessoa, em qualquer lugar.
Agora que você já sabe sobre a importância de trabalhar atividades de raciocínio lógico em sala de aula e pegou algumas dicas práticas de como fazê-lo, ficou ainda mais fácil descobrir novas formas de criar uma conexão com os seus alunos e buscar resultados reais.
E a Khan Academy pode te ajudar nessa missão! Se gostou desse conteúdo e quiser receber mais dicas, é só acessar o nosso blog!