
Falar sobre inclusão social nas escolas é essencial. Isso vale tanto no ambiente de ensino, quanto em outros âmbitos da vida. Além de ajudar no desenvolvimento de uma pessoa com deficiência, também torna os estudantes, pais e professores mais conscientes.
O objetivo de difundir esse debate escolar é permitir que estudantes com algum tipo de necessidade, seja física ou intelectual, frequentem o mesmo espaço que todos os estudantes. Vale dizer que, antigamente, as escolas não admitiam a inserção de crianças com deficiência. Nesse caso, pediam que os responsáveis buscassem um local especializado.
Hoje, com o avanço das leis de inclusão e das práticas pedagógicas, após diversos fóruns para discussão, isso mudou. Esses estudantes começaram a ser aceitos nas instituições convencionais. Logo, passam a ter as mesmas oportunidades de aprendizado que todos os estudantes.
Se você quer um aprofundamento sobre esse tema, basta continuar a leitura.
A importância da inclusão social nas escolas

A inclusão nas escolas não é apenas uma ideologia, mas um direito civil. No artigo 26º da Declaração Universal dos Direitos Humanos está que “toda pessoa tem direito à educação”. Dessa forma, buscar essa condição igualitária é um papel fundamental para o desenvolvimento psicoemocional dos estudantes com necessidades especiais.
Além disso, a legislação, LDBEN 9394/96, propõe que toda criança possa socializar, ampliar sua inteligência emocional e desenvolver suas capacidades por meio da inclusão social nas escolas.
Então, esse acesso à escola não promove apenas o desenvolvimento pessoal, mas é uma ferramenta poderosa no aprimoramento dos relacionamentos interpessoais. Afinal, nas instituições de ensino, o jovem tem contato com realidades e pessoas diversas, indo além da própria família.
Com isso, a inclusão traz benefícios não apenas para os estudantes com necessidades especiais, mas para todos os discentes que convivem com ele. Assim, o grupo aprende na prática a respeitar as diferenças – um fator fundamental para conviver em sociedade.
Melhorias na estrutura nas escolas
Além do crescimento pessoal de cada estudante, a própria escola começa a ser um ambiente mais plural. Por isso, é preciso incentivar a inclusão de espaços acessíveis, como elevadores, rampas e banheiros adaptados. Além de um material de apoio que explore os outros sentidos, por exemplo, atividades manuais ou exercícios em áudio.
Fora isso, os gestores, docentes e demais colaboradores também devem estar prontos para dar todo o suporte na recepção desse estudante.
Com isso, entra a questão de uma qualificação específica para a equipe escolar, para que tenham formação adequada no ensino de estudantes PcD. Entretanto, é importante lembrar que esse estudante também deve receber as recomendações no cotidiano escolar.
Todas essas mudanças são gradativas e não se espera que uma escola sem essa estrutura mude de uma hora para outra. No entanto, levantar esse tema já é o primeiro passo para ter um ambiente que acolha a todos os estudantes, seja qual for sua necessidade.
Incentivo para o desenvolvimento da autonomia

Toda essa mudança estrutural para trazer inclusão reflete não apenas na oferta dos conteúdos programáticos. Na verdade, a profundidade de um ambiente inclusivo está na oportunidade de autonomia desses discentes.
Fora isso, um estudante que conviveu com um colega que tenha alguma dificuldade, percebe o quanto é importante o acesso para todos na sociedade. A simples presença do estudante PcD em sala de aula é uma lição de cidadania e de responsabilidade social.
Ainda é uma forma de mostrar para o estudante com deficiência o direito da igualdade, portanto, sentir mais autonomia é crucial para a autoestima fortalecida desse jovem. Logo, apesar dos obstáculos, ele percebe que pode estudar e ter um ótimo desenvolvimento em todas as áreas.
Os temas de diversidade e respeito são fundamentais na construção de cidadãos que entendem a democracia. Portanto, melhoram sua inteligência emocional com competências como empatia, colaboração e paciência. A inclusão, em si, é uma medida educativa que ensina a toda a comunidade.
Acompanhamento escolar
A instituição de ensino deve acompanhar a saúde de seus estudantes de perto. Para isso, pode começar solicitando aos responsáveis um documento que comprove a situação da criança a partir de um laudo em detalhes.
Com essas informações técnicas é possível realizar um planejamento escolar para ter um ambiente acolhedor para esses estudantes. Ainda é recomendável manter o contato com os médicos, enfermeiros e profissionais da saúde que atendem o estudante.
Isso é ainda mais relevante quando for um caso novo e que a equipe pedagógica ainda não entenda. Dessa forma, o objetivo é unir forças e o entendimento de todos os envolvidos para trazer ótimos resultados e ofertar uma verdadeira comunidade de apoio.
O apoio pedagógico para a criança
Para o auxílio de estudantes com necessidades específicas, é importante contar com o Atendimento Educacional Especializado (AEE) com a utilização da sala de recursos ou sala de apoio pedagógico.
Sendo assim, tanto a escola deve estar preparada com materiais e estrutura de acesso, quanto seus professores e coordenadores devem ter treinamento adequado, além de ferramentas didáticas aperfeiçoadas.
O estudante PcD continuará frequentando as aulas normalmente, mas pode contar com esse espaço para reforço de seu aprendizado. Nesse local, é interessante ter materiais de suporte e professores capacitados para o desenvolvimento dessas crianças e jovens.
Outro ponto benéfico para todo o corpo de estudantes é a presença de um psicólogo escolar. Vale destacar que esse profissional não substitui um psicólogo clínico, mas oferece suporte dentro do contexto de ensino-aprendizagem.
Educação contra o bullying

Não se pode falar em ambiente escolar saudável e não tocar na questão do bullying – essa realidade não deve ser ignorada. Com isso, é preciso entender que muitas crianças não contam com um preparo para conviver com as diferenças e podem ferir emocionalmente seus colegas.
Até mesmo um comentário feito em tom de brincadeira tem o poder de trazer grande impacto para quem recebe. Por isso, a educação realmente inclusiva, não apenas permite que o estudante com deficiência frequente a sala de aula regular, como também prepara todos os estudantes para receber e respeitar a criança.
Isso pode ser feito com atividades em classe, semanas especiais, campeonatos internos ou práticas que ajudem a ver a diferença como algo valioso que constrói a individualidade e singularidade.
Quanto mais esse tema é apresentado para a classe, maiores são as chances de evitar que casos de agressões emocionais ocorram na escola. Esse trabalho não é imediato e é uma prática diária, mas que deve ser mantida.
Presença ativa dos pais
Ainda que seja um desafio, também é recomendado envolver os pais na temática da inclusão social nas escolas. Afinal, o preconceito pode ser reproduzido por gerações e o trabalho em todas as esferas ajuda a cortar as raízes do bullying.
Os responsáveis das crianças, independente de sua condição, também devem estar próximos ao ambiente escolar. A relação familiar precisa ser informada aos educadores para entender o contexto que essa criança leva para a sala de aula.
Assim, é interessante até mesmo relatar desafios e pequenas conquistas para os pais. Esses assuntos podem parecer triviais sem um olhar cuidadoso, mas são de total importância na vida do estudante PcD e de sua família.
A equipe pedagógica pode avaliar ainda se a comunicação com esses responsáveis deve ocorrer com mais frequência. Ou seja, não apenas durante a reunião escolar de rotina. O mais importante é ofertar as melhores condições para receber e manter essas crianças no ambiente escolar.
Concluindo, um fato é que todos ganham com a inclusão social nas escolas. Como se trata de um aprendizado conjunto, todo o processo é enriquecedor para os estudantes, professores, funcionários e gestores.
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