Quando você pensa sobre isso, a ciência é um campo inerentemente criativo. Não se trata apenas de fatos, números, regras e equações. Ela é impulsionada pela curiosidade e alimentada pela imaginação humana!
Durante milênios, desde a descoberta do sistema solar até o estudo da medicina moderna, o conhecimento científico tem avançado através de indivíduos criativos que ousaram pensar sobre o mundo ao seu redor de maneiras que ninguém havia pensado antes (e que, claro, realizaram pesquisas rigorosas).
No entanto, a criatividade nem sempre é priorizada no ensino de ciências, em que o tempo disponível em sala de aula muitas vezes é preenchido com o ensino dos currículos municipais ou estaduais.
Então, como podemos, como professores ocupados, incentivar o pensamento criativo e aproveitar a curiosidade inata dos alunos ao longo do caminho? Aqui estão algumas dicas úteis:
1. Torne isso relacionável.
Quer você esteja explicando estruturas microscópicas, como o átomo, ou explorando ideias complexas, como as leis da física, os conceitos científicos podem parecer um pouco abstratos.
Então, para ajudar os alunos a compreender — e se empolgarem com — um tópico, dê um passo para fora da teoria e ofereça aplicações da vida real.
Já perceberam como a água forma gotas nas janelas em um dia de chuva ou pinga da torneira em gotículas? Por que isso acontece?
Usar fenômenos observáveis e relacionáveis (estamos falando das forças intermoleculares) é uma excelente maneira de engajar os alunos na ciência e despertar sua curiosidade sobre o mundo ao seu redor.
2. Faça experimentos.
A parte prática das aulas de ciências enriquecem o aprendizado e estimula a criatividade e o conhecimento.
De acordo com um estudo da Universidade de Chicago (em inglês), pesquisas mostram que, quando os alunos experienciam fisicamente os conceitos científicos, eles os compreendem de maneira mais profunda.
Embora palestras e livros didáticos funcionem para algumas mentes jovens, experiências interativas e práticas são fundamentais para o engajamento de muitos outros.
Ao fazer a transição de aprender ciências para fazer e criar experimentos, você pode ajudar a estimular os poderes de observação dos alunos, engajar suas mentes ativando suas mãos e explorar sua imaginação.
E ao dar vida à ciência na sala de aula, você pode até inspirá-los a aplicar observação e curiosidade fora da aula de ciências também.
3. Escreva e desenhe
A arte e a ciência são frequentemente vistas como campos de estudo mutuamente exclusivos, regidos por processos mentais diferentes e até mesmo por hemisférios diferentes do cérebro.
Mas, na realidade, a criatividade é tão importante para a descoberta científica quanto o pensamento lógico e analítico — e é uma habilidade que qualquer aluno pode cultivar.
Uma maneira de incentivar essa prática na aula de ciências é incorporar escrita e desenho nos planos de aula. Peça aos alunos para escreverem livremente sobre suas previsões e registrarem suas observações.
Peça para criarem gráficos informativos e desenhos que explicam o que aprenderam. A expressão artística pode ajudar os alunos a acessar sua criatividade e também é uma habilidade útil para futuras carreiras científicas.
Cientistas trabalham escrevendo e desenhando regularmente para comunicar suas descobertas.
4. Faça perguntas abertas.
Embora entender profundamente os conceitos científicos seja importante, o foco no que sabemos (em vez de no que não sabemos) pode dar a impressão de que a criatividade não tem lugar na aula de ciências.
Fazer perguntas abertas pode ajudar a ensinar aos alunos que a ciência é um processo, bem como um corpo de conhecimento.
“O que você acha que vai acontecer?” “Como o resultado foi diferente do que você esperava?”
Quando você faz perguntas que não têm uma resposta correta, incentiva a criatividade, a resolução de problemas e o pensamento profundo.
5. Crie um ambiente onde os erros sejam bem-vindos.
Acolher os erros e unir os alunos nas aulas de ciências fará toda diferença em seu aprendizado.
Todos cometem erros. Basta olhar para os antigos cientistas que acreditavam que a Terra era o centro do universo ou para os químicos que pensavam que o fogo era causado por um elemento chamado flogisto.
As ideias deles podem ter estado erradas, mas eles fizeram o trabalho preliminar para que outros cientistas pudessem explorar diferentes possibilidades.
Ao fomentar um ambiente de aprendizado criativo, é importante deixar os alunos saberem que cometer erros é perfeitamente aceitável.
Afinal, é só abraçando a incerteza e explorando ideias novas que podemos descobrir as respostas para os maiores mistérios do mundo. Comece com pequenos passos!
Em vez de descartar respostas erradas, pergunte aos alunos qual foi o raciocínio por trás delas. Dê uma sugestão e peça para que apresentem três respostas possíveis, mesmo que erradas. Isso pode ajudar a aumentar a compreensão, desenvolver o pensamento crítico e incentivar a criatividade.
Dica extra: Seja um modelo!
Como professor, você não é apenas uma fonte de informação, mas também um modelo de pensamento criativo.
O mundo ao nosso redor não é uma série de questões de múltipla escolha, e a aula de ciências também não deveria ser!
Ao incorporar a criatividade em nossos planos de aula, podemos incentivar os alunos a correr riscos e pensar livremente, engajando-os no processo criativo que é a ciência.