Saúde mental: 5 práticas para ajudar professores e alunos durante a pandemia 

Bem-estar e saúde emocional também são prioridade e Khan Academy oferece guia de suporte gratuito às escolas no ensino remoto ou híbrido

Desde o início da pandemia no Brasil, professores e alunos enfrentam dificuldades que se estendem para além das aulas virtuais e das lacunas de aprendizagem decorrentes do fechamento das escolas. O distanciamento social também favorece  o desenvolvimento de transtornos relacionados à saúde mental e ao bem-estar dos alunos, uma vez que a escola é uma das principais portas de acesso a serviços de assistência social e emocional.

Os professores já representam uma rede de apoio nas escolas que ajuda os alunos.  Entretanto, um estudo realizado pela Khan Academy revela que há oportunidades para oferecer recursos adicionais que servem para apoiar não só os estudantes, mas também os educadores e funcionários. 

“Muitas vezes o professor é a única pessoa disponível para apoiar os alunos que estão passando por algum trauma ou situação de angústia e é necessário oferecer recursos  para  que os professores possam lidar com situações de estresse tão recorrentes durante a pandemia”, destaca o Country Manager da Khan Academy Brasil, Sidnei Shibata.

Esse cenário de desamparo também foi registrado por uma pesquisa realizada pela Nova Escola no ano passado, que contou com mais de 8,1 mil respondentes da educação básica e apontou que 28% destes profissionais consideraram sua saúde mental péssima ou ruim, quando comparado ao período pré-pandemia. 

Com o objetivo de remediar as dificuldades impostas pela pandemia, a organização sem fins lucrativos Khan Academy criou uma cartilha gratuita com orientações para guiar educadores e redes de ensino neste período de aprendizado remoto ou híbrido.  O documento aborda diferentes dimensões e ressalta o suporte à saúde mental de professores e alunos.

A seguir, confira as 5 dicas compartilhadas na cartilha da Khan Academy:

1. Crie uma equipe multidisciplinar de saúde mental

Dentro das restrições orçamentárias da sua rede, tente garantir que as escolas tenham uma equipe adequada de profissionais treinados para prestar serviços integrais de saúde mental para alunos, professores e funcionários da escola. Avaliações para identificar se um aluno tem algum diagnóstico de saúde mental ou está passando por outras circunstâncias, como trauma ou estresse. Tratamentos, como psicoterapia, medicação ou aconselhamento, para diminuir ou eliminar os sintomas de um transtorno.

2. Estabeleça uma comunicação regular com as partes interessadas para oferecer recursos e entender as necessidades

Oferecer webinars sobre os recursos disponíveis e como identificar indivíduos que podem precisar de apoio. Criar uma seção nos sites da rede e das escolas descrevendo os recursos disponíveis, incluindo um canal para enviar perguntas e preocupações. Criar oportunidades regulares de diálogo com as partes interessadas para entender a saúde socioemocional delas. Incluir no plano de comunicação e-mails, vídeos e mensagens de texto com recursos e práticas de equilíbrio socioemocional para todas as partes interessadas. Oferecer treinamento para professores e funcionários sobre como lidar com cenários comuns de saúde mental e a melhor maneira de orientar os alunos a buscar suporte adicional.

3. Avaliação e resposta ao estado emocional atual de professores e alunos

Comece avaliando o estado emocional dos professores: eles tentaram acomodar as horas de trabalho a diferentes tipos de alunos, acordando cedo para responder aos e-mails que eram enviados no meio da noite ou ficando acordados até tarde respondendo a perguntas de alunos que precisavam trabalhar durante o dia. Todos os professores entrevistados expressaram preocupação com os alunos com os quais perderam contato quando as escolas fecharam. Eles se sentiram responsáveis por garantir o bem-estar mental e físico de todos os alunos. Algumas das preocupações mais importantes eram famílias com dificuldades financeiras e/ou em situação de rua, violência física e mental em casa, depressão de alunos e alunos com dificuldades de aprendizado sem apoio adequado.

4. Avalie a saúde mental dos alunos continuamente

Crie oportunidades para os alunos compartilharem como estão se sentindo: Programe videoconferências síncronas em grupo e não acadêmicas para os alunos falarem sobre seu estado emocional geral.  Peça que compartilhem o que é mais importante para eles.

Crie oportunidades individuais para se conectar com os alunos. Envie pesquisas semanais com perguntas simples para entender como os alunos estão se sentindo, o que está funcionando e o que pode ser melhorado. Agende um tempo para conhecer pessoalmente cada aluno no início do ano letivo. Crie oportunidades contínuas (como encontros individuais ou sessões de aconselhamento em grupo e entre colegas) para ajudar os alunos com desafios específicos que eles possam estar enfrentando.

5. Desenvolva um sistema de monitoramento central

Desenvolva um painel onde uma equipe possa monitorar indicadores de saúde dos alunos, incluindo anotações sobre avaliações recentes, problemas comportamentais, transtornos por uso de substâncias, trauma e perda recente de entes queridos. Ofereça orientação aos professores e funcionários da escola sobre como relatar preocupações e como utilizar o painel.

*Conteúdo também publicado pela revista Supra Ensino