
Durante a história educacional, diversas abordagens pedagógicas surgiram com o objetivo de tornar o processo de aprendizagem cada vez mais dinâmico e eficiente.
Cada abordagem passou por influências de teóricos diferentes, trazendo inúmeros posicionamentos didáticos. Por isso, vale a pena entender melhor as características de cada uma e as principais formas que elas aparecem na escola. Acompanhe a leitura!
O conceito de aprendizagem

É complexo definir o que é aprendizagem, já que existem diversos estudiosos que trabalham seu conceito e funcionamento. A teoria que vamos explorar neste artigo trata de três aspectos essenciais: afetivo, cognitivo e psicomotor.
- O aspecto afetivo fala da assimilação do conhecimento com bases em experiências pessoais, como prazer, bem-estar e satisfação. Com isso, também está relacionado ao vínculo criado entre estudante e professor.
- Já o cognitivo aborda os conjuntos de habilidades mentais importantes para que o estudante construa o conhecimento. Logo, estão nesse parâmetro: pensamento, memória, raciocínio, abstração e linguagem.
- Por fim, o aspecto psicomotor inclui respostas físicas corporais a partir de práticas, treinos e experiências sensoriais. Para isso, a linguagem corporal é uma mediadora desse processo.
Diante disto, uma definição generalista de aprendizagem é o processo de adquirir ou modificar conhecimentos, habilidades, competências e comportamentos.
As etapas do processo de aprendizagem
Segundo a Taxonomia de Bloom, uma abordagem pedagógica é desenvolvida pensando na organização hierárquica dos objetivos da educação. O processo de aprendizagem pode ser dividido em 6 partes essenciais. Sendo elas:
Lembrar
Nesta etapa o estudante consegue repetir e memorizar conceitos básicos do conteúdo, mesmo que ainda não o tenha entendido por completo;
Compreender
Após memorizar o assunto, o próximo passo é entendê-lo. Aqui o estudante já consegue explicar ideias ou conceitos aprendidos.
Aplicar
Na aplicação, o estudante utiliza a teoria para resolver situações práticas em sua vida.
Analisar
Na quarta etapa, o estudante é capaz de usar o conhecimento adquirido para testar se uma hipótese é válida ou não.
Avaliar
Na etapa de avaliar ou sintetizar, é o momento em que o estudante consegue criar argumentos para justificar uma posição ou ideia criada por ele mesmo e outros.
Criar
Por fim, o estudante cria uma proposta ou tese original a partir do conteúdo já aprendido, testado e validado.
Agora que já entendemos o que é a aprendizagem e como ela acontece, é o momento de partir para as abordagens pedagógicas que são utilizadas nesse processo de transmitir o conhecimento para os demais.
As abordagens pedagógicas

Ainda que o termo “educação” possa ser utilizado de forma ampla, vale dizer que o processo de aprendizagem e de ensino não é único. Logo, surgem diferentes abordagens pedagógicas. Conheça cada uma delas:
1. Tradicionalista
É um modelo que traz muito forte a figura do professor. Com isso, a ideia é que o adulto está pronto e o jovem é um adulto em fase de preparação. O estudante passa a ser uma folha em branco, onde o conhecimento é escrito pelo docente.
Esse método é característico do século XIX e, ao contrário das demais abordagens, não foi elaborado por algum teórico.
2. Comportamental
Nessa abordagem, o essencial é a experiência. Ou seja, o conhecimento adquirido de forma empírica e assim, cada saber é uma descoberta feita pelo estudante (descobridor).
Nesta abordagem, o aluno tem um papel de destaque no processo de ensino-aprendizagem.
Já o professor é aquele que realiza o planejamento pedagógico e desenvolve um sistema para maximizar o desempenho do estudante. Um dos principais teóricos do método foi B. F. Skinner, psicólogo behaviorista dos Estados Unidos.
3. Humanista
No método humanista, o ensino é focado em ferramentas didáticas que possibilitam ao aluno um processo de aprendizagem. Dessa forma, ele se desenvolve emocional e intelectualmente.
O foco está na autonomia do estudante, que está livre para realizar suas atividades. Por isso, a criatividade e subjetividade são muito valorizadas.
Então, o docente deve estar aberto e integrado ao grupo, para que os alunos consigam realizar seus processos a partir de uma compreensão interpessoal. Essa abordagem pedagógica foi elaborada por Abraham Maslow e Carl Rogers.
Ainda que tenham pontos em comum, a abordagem humanista traz duras críticas ao método tradicional. Por exemplo, na abordagem tradicional construídas hierarquias, já na abordagem humanista o foco é atender às necessidades do estudante, dentro do contexto no qual ele vive.
4. Cognitivista
Nessa abordagem, a educação é um processo de desequilíbrios e reequilíbrios no qual o aluno aprende, por si mesmo, a conquistar esse conhecimento. O objetivo é que o indivíduo alcance sua autonomia intelectual.
O aluno observa, experimenta, compara e levanta hipóteses. Dessa maneira, o professor tem a função de desenvolver situações desafiadoras para que trabalhar com os discentes. Um dos principais teóricos foi Jean Piaget, um nome muito importante na pedagogia.
5. Histórico-crítica
A metodologia traz a construção de uma aprendizagem que não seja por repetição e apresenta também um compromisso com a luta socialista. Para os defensores da abordagem, a retenção do conhecimento vindo das classes dominantes é um dos motivos que impede a autonomia da classe trabalhadora.
O termo pedagogia histórico-crítica foi elaborado por Dermeval Saviani em 1978 e nela, o professor volta a ter o papel central de levar conhecimento ao estudante. No entanto, a abordagem promove a formação de indivíduos críticos e que podem alterar sua realidade.
6. Libertadora
O estudante tem o papel central no processo de ensino-aprendizagem para construir sua própria trajetória. Enquanto isso, o professor deve alinhar os saberes do estudante com a educação formal.
A abordagem libertadora, ou pedagogia da libertação, tem como teórico de referência Paulo Freire, célebre educador. O termo faz alusão à filosofia da libertação de Enrique Dussel que trata sobre a possibilidade do sujeito oprimido conquistar sua liberdade.
7. Libertária
Essa é uma abordagem pedagógica que fomenta a educação como recurso para a transformação social. Com ela, os conteúdos escolares são disponibilizados aos alunos, mas não vistos como obrigatórios, já que a ideia é o conhecimento ser como um fruto da experiência coletiva.
Assim, o aluno pode escolher trabalhar ou não com os conteúdos, tendo total liberdade na escolha de temas, sendo o professor um mediador que estimula dinâmicas educacionais e novas reflexões. Dessa forma, alguns representantes da tendência são os teóricos Freinet, Oury, Vasquez, Ferrer e Guardia, entre outros.
Agora, você já sabe como funciona o processo de aprendizagem e os tipos de abordagens pedagógicas e é importante destacar que cada teoria foi válida em sua época.
Portanto, é preciso compreender as necessidades de cada nova geração de estudantes. Afinal, o objetivo sempre é criar bases para o desenvolvimento pleno do indivíduo.
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