Crianças e jovens que aprendem a valorizar e administrar o dinheiro desde cedo constroem maiores probabilidades de um futuro financeiro mais tranquilo e estruturado, diferentemente dos 61,4 milhões de brasileiros que estavam com o nome sujo ou dívidas atrasadas em 2020, segundo o Serasa.
No entanto, a educação financeira vai muito além de evitar dívidas e manter o nome limpo: ela também conscientiza todos os cidadãos quanto às suas obrigações e direitos. E, possuir conhecimento sobre temas como juros e investimentos, consumo consciente e reserva emergencial é tão importante quanto pagar suas contas em dia.
Pensando nisso, a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) incluiu a educação financeira entre os temas transversais que deverão constar nos currículos de todo o Brasil entre o ensino fundamental e médio. Para entender melhor, trouxemos informações sobre o que é a educação financeira, seus benefícios e dicas de como aplicá-la em sala de aula. Boa leitura!
O que é educação financeira?
A educação financeira promove conhecimento e informação a fim de auxiliar pessoas a gerenciarem seu próprio dinheiro da melhor forma. Ela inclui a conscientização sobre processos financeiros, como contas, impostos e juros, assim como ensina sobre valorização e importância de investimentos pensando no futuro.
Além do mais, por todo conhecimento aplicado, ajuda na prevenção de fraudes, assim como no planejamento financeiro de uma pessoa ou de toda uma família.
Matemática financeira x educação financeira
Para uma melhor compreensão sobre o tema, é importante diferenciar os termos “matemática financeira” e “educação financeira”. Apesar de serem relacionados no dia a dia, o primeiro lida mais com a parte prática, como transações, pagamentos e recebimentos de dinheiro, cálculos de juros e entre outras contas.
Já o segundo, educação financeira, começa pela mentalidade das pessoas em relação à vida financeira, para depois aprender sobre formas práticas de lidar com todos os processos envolvendo dinheiro. Ele desenvolve mais a parte de necessidades, obrigações, direitos, desejos e hábitos financeiros.
Continue lendo e entenda como a valorização financeira pode começar a ser trabalhada desde jovem para evitar problemas futuros.
A educação financeira nas escolas
Por todos os seus benefícios, algumas ações visando à educação financeira já são implantadas há alguns anos nas escolas de todo o Brasil. Um deles é o acordo de cooperação técnica (ACT) entre a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e o Ministério da Educação (MEC), que desenvolveram o programa de Educação Financeira na Escola.
O programa tem como estratégia formar professores da educação básica para disseminação de educação financeira nas escolas brasileiras. Os profissionais terão acesso a materiais específicos, cursos online em educação financeira, certificações e muito mais.
A BNCC x Educação financeira
A BNCC também apoia fortemente esse tópico entre a formação de crianças e jovens através da educação básica. A partir do ensino fundamental, os conceitos mais simples sobre finanças devem ser introduzidos nas aulas de matemática, majoritariamente.
Apesar de ter se tornado obrigatório pelo MEC em 2020, o ensino de educação financeira nas escolas dentro da disciplina de matemática é acompanhado de diversos desafios. Por isso, trouxemos algumas das principais dicas de como implementar os conceitos sobre o tema!
Dicas de como ensinar educação financeira nas escolas
Separamos algumas dicas práticas para levar a educação financeira para as crianças e jovens de maneiras mais assertivas. Confira!
Incentive a criação de cofrinhos
Após o ensino das teorias e dos conceitos, podem ser construídos cofrinhos junto com os estudantes. Se a instituição oferece aulas de arte, por exemplo, os professores podem trabalhar em conjunto e, enquanto um ajuda na montagem de um cofre com papel machê e garrafas pet, o outro dá dicas de como poupar dinheiro de maneira prática.
Pode ser um cofrinho que os alunos levarão para casa e controlarão junto com os pais ou pode ser feito um cofre coletivo com um objetivo geral. Ou seja, a cada semana os alunos colocam 50 centavos para alcançar uma meta e comprar algo de que todos poderão usufruir no final do ano letivo, por exemplo.
Pesquise jogos e atividades lúdicas
Existem muitos jogos que simulam situações financeiras da vida real, como o banco imobiliário ou o jogo da vida, por exemplo. Utilize brincadeiras para auxiliar na introdução dos conceitos financeiros, afinal, ao entender que precisa fazer escolhas mais inteligentes com o seu dinheiro para ganhar um jogo, uma criança acaba se familiarizando melhor com a educação financeira.
Uma outra ideia é criar uma dinâmica de feira ou mercado, por exemplo, em que os alunos são vendedores e clientes com uma moeda fictícia. Com a ajuda do professor, eles devem negociar e realizar a compra de todos os itens da lista somente com o dinheiro que têm em mãos.
Relacione o ensino com a rotina dos estudantes
Com jovens um pouco mais velhos, crie rodas de conversa sobre situações financeiras do dia a dia. Fale sobre a compra de presentes caros e suas consequências, sobre parcelamento e juros, planejamento financeiro e a valorização dos salários.
Histórias e fábulas
Para uma educação financeira infantil, é muito interessante trabalhar com a ajuda de contos e fábulas. Estas trazem ensinamentos a partir dos comportamentos humanos por meio de construções metafóricas ou simbólicas.
Um dos maiores exemplos sobre o tema é a fábula “A cigarra e a formiga”, que conta a história de uma cigarra que não se preparou para o inverno que chegaria, enquanto a formiga trabalhou para garantir tranquilidade no futuro. E, por fim, a cigarra precisou da ajuda da formiga, pois estava enfrentando problemas com comida.
Utilize a tecnologia como aliada no ensino
Pesquise sites, blogs e canais de vídeo que expliquem os temas de maneira simples e rápida para prender a atenção dos alunos. Outra forma efetiva de colher resultados é utilizando plataformas educacionais digitais que podem ser acessadas de qualquer lugar e a qualquer momento!
Aqui na Khan Academy, além de entregarmos conteúdos alinhados à BNCC, também oferecemos cursos eletivos, como os de economia e finanças – nos quais os estudantes podem acessar videoaulas exclusivas desenvolvidas por especialistas das áreas, enquanto os professores e pais têm acesso às análises de desempenho.
E, a melhor parte, tudo isso em uma plataforma gratuita! Ainda não conhece a Khan Academy? Entre para a nossa sala de aula global e transforme suas aulas:
Aqui, os estudantes aprendem no próprio ritmo, solucionando primeiramente suas dificuldades de compreensão e, depois, acelerando o aprendizado com conteúdos de confiança!
Tenha objetivos de ensino
Por fim, e não menos importante, planeje os conteúdos que serão abordados em sala de aula e tenha em mente o que você espera dos alunos.
Essa dica é para garantir um melhor fluxo no ensino e aumentar as chances de resultados positivos. Afinal, se o professor sabe onde quer chegar, torna-se mais fácil os alunos se apropriarem das informações com que terão contato.
Por isso, construa um plano de aula com os principais objetivos que quer alcançar até o final do período. Você pode dividir as aulas em temas principais e neles abordar assuntos mais técnicos como juros, impostos, inflação, economia e entre outros.
Gostou desse conteúdo? Para saber mais sobre novas metodologias de ensino, aulas interativas, gamificação, BNCC e dicas práticas para o dia a dia, explore nosso blog! Nos vemos em breve.