
Os últimos anos transformaram completamente a educação! As interrupções no ensino vão muito além da simples perda de aprendizagem.
As escolas estão enfrentando diversos desafios, como falta de profissionais, ausências frequentes de alunos e dificuldades comportamentais.
Nossos estudantes, especialmente em matemática, estão com atrasos a cada ano escolar.
Eles não estão apenas um ou dois anos atrasados — o que, por si só, já impacta a possibilidade de concluírem o ensino médio —, mas muitas vezes estão 3, 4 ou até mais de 5 anos defasados.
Muitos não conseguem resolver operações matemáticas básicas.
Como, então, atender às expectativas de aprendizagem por série? E garantir o rigor necessário no conteúdo? Qual a maneira que pode-se recuperar conteúdos que estão defasados há anos?
A recuperação da aprendizagem no passado foi realmente eficaz para preencher essas lacunas? E mais: é possível fazer tudo isso ao mesmo tempo?
Então, o que é a “perda de aprendizagem”?
Primeiro, vamos falar sobre o termo “perda de aprendizagem”. Ele pode gerar compreensões problemáticas, pois sugere que os alunos são responsáveis por essa “perda”.
Mas como eles poderiam ter “perdido” algo que, na verdade, nunca aprenderam? Nossos estudantes têm aprendizagens inacabadas — mas quando e onde elas serão concluídas?
Durante a pandemia — e também em outros momentos de interrupção escolar, como desastres naturais, por exemplo —, professores e alunos não conseguiram atingir as expectativas de aprendizagem.
Ao contrário: ficaram ainda mais defasados. Independentemente da causa, os alunos não dominaram os conteúdos específicos de suas séries escolares, e as lacunas de conhecimento só aumentaram.
De acordo com os dados da avaliação NAEP (National Assessment of Educational Progress) no ensino fundamental, a queda em matemática foi quatro vezes maior do que em Língua Inglesa (ELA) nos Estados Unidos.
As escolas dobraram o tempo dedicado ao ensino de Língua Inglesa, mas não fizeram o mesmo com matemática — e a situação da matemática é mais urgente. Isso não é novidade: embora a matemática seja tão importante quanto a leitura, o foco histórico sempre esteve na leitura primeiro.
A matemática é cumulativa. Em média, os alunos avançam 0,7 ano escolar por ano nessa disciplina, ou seja, já começam em desvantagem.
A defasagem acumulada pode fazer com que um aluno do 12º ano (equivalente ao 3º ano do ensino médio) esteja, na prática, com nível de matemática de 7º ano.
Considere: os alunos que estão hoje no 8º e 9º anos estavam no 5º e 6º anos quando a pandemia começou, em 2020. Os currículos de 6º e 7º anos incluem frações e decimais, enquanto o 8º ano introduz conceitos de pré-álgebra e álgebra.
A defasagem que já existia antes da pandemia foi agravada por fatores como: ausência de professores e alunos, presença de substitutos sem formação específica em matemática, e lacunas que abalaram as bases dos estudantes — levando ao desengajamento e à falta de confiança.
Resultado: nossos alunos têm lacunas maiores no conhecimento matemático fundamental e estão ainda mais atrasados.
O cenário pós-pandemia é compartilhado pelo mundo todo e também podemos observá-lo no Brasil, onde 51% das crianças do 4º ano do ensino fundamental não dominam habilidades básicas de matemática, como fazer tabuada, interpretar gráficos simples ou somar e subtrair números de três algarismos de acordo com o Estudo Internacional de Tendências em Matemática e Ciências.
Qual a solução para a perda de aprendizagem?
Então, qual é a solução? A aprendizagem por domínio oferece uma oportunidade real de atender aos padrões curriculares atuais enquanto preenche as lacunas de aprendizado.
Escolas que vêm adotando esse modelo relatam resultados como domínio de habilidades, melhores notas em avaliações padronizadas e redução das defasagens.
Nesse modelo, os estudantes trabalham os conteúdos exigidos para sua série escolar enquanto recuperam habilidades específicas em que têm dificuldades.
Ao fazer uma avaliação voltada para o currículo, é possível identificar quais competências precisam ser retomadas de anos anteriores — e fornecer aos professores informações claras sobre quais habilidades precisam ser reforçadas para fortalecer a base de cada aluno.
Cada estudante avança no seu próprio ritmo. Eles têm acesso a vídeos, textos e atividades práticas — mas sem excesso de repetição. Afinal, se um aluno não consegue resolver 4 problemas, também não conseguirá resolver 20.
Em vez disso, o estudante recebe feedback imediato, pode ver outros exemplos e tentar novamente até dominar a habilidade.
Esse processo de aprendizagem no ritmo do aluno ajuda a desenvolver a mentalidade de que eles são capazes — apenas ainda não chegaram lá.
E os professores conseguem acompanhar o progresso em tempo real, oferecendo apoio mais assertivo.
Sabemos que o tempo é limitado, mas e se um aluno pudesse dedicar apenas 30 a 40 minutos por semana para trabalhar essas habilidades? E se isso dobrasse seu aprendizado?
E se, com as ferramentas pedagógicas certas, os estudantes realmente conseguissem fechar suas lacunas?
Um estudo de 2018 mostrou que alunos que usaram a Khan Academy por apenas 30 minutos por semana tiveram um aumento de 22 pontos na avaliação estadual de matemática.
Um impacto equivalente a um efeito de 0,2, o dobro da meta de desempenho estabelecida pela rede em comparação com alunos que não usaram a plataforma.
De que tipo de apoio os alunos precisam?

Os alunos precisam de mais tempo dedicado à matemática, assim como precisam de mais tempo para leitura.
Quando os gestores auxiliam os professores a identificar e organizar esse tempo, 30 minutos por semana já podem fazer diferença significativa para consolidar conhecimentos anteriores enquanto os alunos continuam avançando nos conteúdos atuais.
O conteúdo da Khan Academy permite equilibrar o ensino de habilidades ainda não dominadas com o desenvolvimento de competências de resolução de problemas, fundamentais para a fluência matemática.
Os estudantes recebem o suporte necessário para enfrentar suas lacunas de conhecimento atuais, fortalecendo a base de aprendizado ao mesmo tempo em que acompanham os padrões exigidos para a série.
É essencial mantermos expectativas elevadas de aprendizagem, sem abalar a confiança dos alunos.
Devemos garantir que os professores não precisem reduzir o nível de exigência, e sim, que tenham ferramentas para ensinar o conteúdo adequado à série, ao mesmo tempo em que ajudam a recuperar habilidades em atraso.
Para os gestores escolares, isso vai além de uma preocupação — é uma realidade enfrentada diariamente.
Garantir que os professores tenham as ferramentas certas em sala de aula, além de estratégias viáveis para recuperação durante a aula, no contraturno ou em horários específicos, é um grande desafio.
Álgebra – a porta de entrada para a matemática avançada
A álgebra é a base e a porta de entrada para a matemática de níveis mais elevados.
Como gestores escolares, entendemos a importância da Álgebra 1 para o desempenho no SAT, para o sucesso na universidade e, de forma geral, para o sucesso acadêmico dos nossos alunos. Os professores provavelmente já sabem disso — mas nossos alunos, muitas vezes, não.
Por isso, é fundamental comunicar essa importância de forma clara e constante, além de oferecer ferramentas que ajudem professores e estudantes a dominar o conteúdo e o raciocínio algébrico.
Essa mensagem pode (e deve) ser reforçada com os pais em eventos de volta às aulas, boletins informativos, reuniões de pais ou mesmo no planejamento anual.
Repetir essa mensagem diversas vezes ajuda as famílias a entenderem, de fato, o papel central da álgebra na trajetória escolar.
Um parceiro da Khan Academy na Flórida, por exemplo, utiliza a plataforma para apoiar estudantes da disciplina Algebra 1A.
Como os resultados têm sido excelentes, o distrito incluiu o conteúdo da Khan Academy em seu guia de planejamento anual, garantindo que todos os alunos consigam alcançar seus objetivos acadêmicos.
Outro parceiro no nordeste dos EUA usa os cursos da Khan Academy para diferenciar o ensino dentro da sala de Álgebra 1.
Os professores precisam ensinar alunos em diferentes níveis ao mesmo tempo — inclusive alunos que estão repetindo a disciplina. Muitos professores utilizam as notas de provas do final do ano anterior para recomendar as atividades mais adequadas para cada aluno.
Com isso, o aprendizado se torna mais individualizado e todos os estudantes têm acesso aos conteúdos essenciais de Álgebra 1, adaptados ao seu nível de instrução.
Como o programa Khan Academy para Redes ajuda no ensino de matemática?
A Khan Academy também oferece programa voltado especificamente para redes de ensino: o Khan Academy para Redes. Pais, alunos e professores já utilizam há muito tempo os cursos e lições da plataforma. Agora, com esse novo programa, é possível contar com funcionalidades que facilitam a gestão e o acompanhamento pedagógico em nível de rede.
O Khan Academy para Redes permite a integração automática de turmas e alunos, otimizando o tempo dos professores. Os gestores escolares e administradores têm acesso a painéis e relatórios com dados sobre o progresso de professores e estudantes — informações que podem ser utilizadas inclusive em reuniões com pais, para mostrar avanços e identificar oportunidades de aprendizagem.
Adorada por milhões de professores e estudantes, a Khan Academy tem ajudado a reduzir lacunas profundas de aprendizagem. Ao firmar uma parceria com o programa Khan Academy Districts, os líderes das redes de ensino podem:
- Melhorar o desempenho dos estudantes;
- Acompanhar o desenvolvimento de habilidades por série;
- Tratar as defasagens de forma eficaz;
- E, assim, elevar os resultados de aprendizagem como um todo.
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Autora: Bernadette Bennett
Recursos:
- Mahnken, Kevin. Entrevista 74: Educador e Fundador da Khan Academy, Sal Khan, fala sobre o impacto devastador da COVID na matemática. 8 de fevereiro de 2023 (em inglês)
- Wakelyn, David. A perda de aprendizagem é pior do que os dados da NAEP indicaram. A matemática no ensino fundamental deve ser prioridade. 14 de dezembro de 2022 (em inglês)
- Estudo correlacional da Khan Academy com o Distrito Escolar Unificado de Long Beach, 2018 (em inglês)