A saúde mental dos professores é um fator essencial não somente para o bom desempenho de suas tarefas profissionais, mas também para assegurar seu bem-estar pessoal.
Esta discussão não apenas ressalta a importância do bem-estar dos professores para que a educação seja de qualidade, mas também traz à tona dicas práticas para melhorar sua produtividade e diminuir o estresse do dia a dia.
Pensando nisso, vamos abordar a importância de falar sobre a saúde mental dos professores – ressaltando como ela impacta no trabalho realizado em sala de aula -, além de dar dicas para que o educador se cuide da maneira correta. Vamos lá?
O que é saúde mental na escola?
A saúde mental na escola engloba não apenas a saúde emocional e psicológica de professores e alunos, mas também o aspecto social em que todos estão inseridos.
Um professor saudável é capaz de ensinar e gerar mais resultados positivos no aprendizado do estudante, construindo relações positivas. Por isso, reconhecer e apoiar a saúde mental dos professores é, portanto, um investimento no professor e no futuro da educação e dos estudantes.
Estudos da National Education Association, de 2022, revelam que 73% dos professores sofrem de estresse relacionado ao trabalho, 28% têm sintomas depressivos e 59% relatam esgotamento. Além disso, 90% dos professores consideram o esgotamento um problema sério ou muito sério.
Para responder aos desafios relacionados à saúde mental dos professores, escolas estão implementando políticas e benefícios de apoio psicológico. Porém, também é essencial que os professores busquem práticas de autocuidado.
Antes das dicas, vamos abordar mais sobre sua importância e possíveis consequências!
Como a saúde mental afeta o ensino e a aprendizagem?
A saúde mental desempenha um papel significativo no ensino e na aprendizagem, influenciando diretamente o desempenho dos estudantes e professores. Aqui estão alguns pontos-chave:
- Concentração: quando a saúde mental está comprometida, a capacidade de concentração e de manutenção do foco pode diminuir, e isso pode afetar tanto a atenção dos alunos durante as aulas, quanto a capacidade de ensino dos professores;
- Relacionamentos interpessoais: A saúde mental influencia na qualidade das relações interpessoais. Alunos e professores com saúde mental equilibrada são capazes de construir relações mais saudáveis, respeitosas e colaborativas, essenciais para um ambiente educacional positivo e acolhedor;
- Desempenho: os problemas de saúde mental podem afetar negativamente o desempenho do educador, diminuindo sua capacidade de ensinar com eficácia, de lidar com os desafios da sala de aula e de proporcionar um ambiente de aprendizado saudável para os alunos.
As práticas de autocuidado podem variar desde conseguir dormir o suficiente até fazer pausas para meditação e exercícios de respiração, e podem fazer uma grande diferença no dia a dia dos professores.
Os docentes adeptos dessas práticas de autocuidado relatam que elas auxiliam a:
- Criar ambientes de aprendizagem seguros e estimulantes;
- Estabelecer relações positivas com os alunos;
- Se adaptar mais fácil a métodos de ensino dinâmicos;
- Gerenciar o estresse diário.
Entretanto, aqueles que enfrentam desafios severos podem ter dificuldades ao concentrar-se, tomar decisões, reter informações, controlar emoções e interagir com os alunos, influenciando diretamente na qualidade da educação.
Quais os principais problemas de saúde mental entre os professores?
Um estudo realizado no Brasil, intitulado “Saúde Mental dos Educadores 2022“, que contou com a participação de mais de 5 mil profissionais da educação, revelou um aumento significativo nos problemas de saúde mental decorrentes da pandemia.
Os dados mostram que uma alta porcentagem de educadores enfrenta desafios como ansiedade, cansaço excessivo, baixo rendimento e problemas de sono, além de outros problemas como isolamento social e aumento no consumo de substâncias psicoativas.
Segundo a pesquisa, os principais problemas de saúde mental entre os professores são:
- 60% dos participantes relataram sentir ansiedade com frequência;
- 29% relataram sentir depressão e,
- 48% relataram sentir estresse.
Durante a pandemia da COVID-19, a saúde mental dos professores foi bastante impactada, com 59% dos professores e 48% dos diretores relatando esgotamento mental, uma taxa superior à de outros profissionais, como na área da saúde, conforme indicado na pesquisa da Education Week.
Como trabalhar a saúde emocional na escola?
A escola pode desempenhar um papel importante na promoção da saúde emocional dos professores.
Algumas ações que podem ser adotadas incluem oferecer programas de formação e conscientização sobre saúde mental e recursos de apoio psicológico aos professores.
Além das ações que podem ser adotadas pela escola, há algumas estratégias práticas que podem ser adotadas pelos professores, como:
1. Estabelecer e manter limites
Aprenda a dizer não e estabeleça limites claros entre trabalho e vida pessoal para evitar o esgotamento. Por exemplo, limite o número de horas trabalhadas e evite levar trabalho para casa.
2. Criar uma rede de apoio com outros professores
Compartilhar experiências e desafios com colegas não só proporciona conforto e compreensão, mas também estimula a troca de ideias e soluções práticas para os desafios.
3. Reconhecer e celebrar momentos positivos
Reserve um tempo para valorizar e celebrar suas conquistas, por menores que sejam. Isso reforça uma visão otimista e eleva sua motivação, o que é essencial para manter o equilíbrio emocional, especialmente em períodos desafiadores.
4. Refletir sobre os seus sentimentos e necessidades
Reserve momentos do dia para mapear e anotar suas emoções em um diário ou pratique meditação. Essas ações melhoram o seu autoconhecimento e promovem o equilíbrio emocional.
5. Focar no que você pode controlar
Mantenha o foco da sua energia para coisas que estão sob seu controle, como métodos de ensino e gestão de tempo, e aprenda a aceitar situações que estão além do seu alcance. Essa abordagem ajuda a reduzir o estresse e a aumentar a eficiência.
6. Pedir ajuda quando precisar
Lembre-se, é fundamental buscar apoio em momentos de sobrecarga. Seja compartilhando preocupações com colegas ou consultando um psicólogo, pedir ajuda é um passo vital para o autocuidado e manutenção do bem-estar.
7. Fazer pausas curtas
Adote pequenas pausas em sua rotina diária para descansar e renovar as suas energias. Faça atividades simples, como uma caminhada rápida ou um momento de silêncio, o que podem ser eficazes para aliviar o estresse e revitalizar a mente.
8. Organizar-se
Manter a organização no ambiente de trabalho não só diminui o estresse, mas também aumenta o foco e a produtividade. Essa simples mudança pode trazer impactos positivos significativos no dia a dia profissional.
9. Abraçar a vulnerabilidade
Ao se permitir ser genuíno e vulnerável, você investe no autocuidado, tem mais honestidade emocional e mais compaixão por si mesmo. Esse ato de abertura não só fortalece o bem-estar pessoal, mas também enriquece suas interações com os outros.
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