Uma comunicação clara sobre o uso de tecnologia na educação garante o uso de ferramentas digitais como aliadas pedagógicas na sala de aula, melhorando o desempenho escolar.
Após um longo período de aulas remotas e híbridas, uma das muitas habilidades conquistadas foi a de criar uma comunicação efetiva. Ou seja, melhorar o contato entre os estudantes, responsáveis e membros da comunidade escolar.
Essa melhoria na comunicação se deve, principalmente, a necessidade de desenvolver habilidades com tecnologias novas para a comunicação, enfrentada pelos educadores e educadoras, como: aplicativos de mensagens instantâneas, plataformas de videoconferência ou até mesmo materiais de apoio que necessitam de interação com outras pessoas.
Ingressar em uma modalidade presencial não significa abandonar todo e qualquer elemento tecnológico já implementado na fase anterior. Pelo contrário, esse aprendizado pode potencializar o desempenho escolar e melhorar a relação entre professor e aluno.
Neste artigo, vamos refletir sobre como a comunicação pode ser uma aliada da comunidade escolar para um bom desempenho escolar dos estudantes.
Aprendizagem flexível
Usar a tecnologia como aliada ao aprendizado, pode ser entendida como uma “aprendizagem flexível”. Em outras palavras, trata-se de incluir o uso da tecnologia ao projeto pedagógico que será aplicado presencialmente nas escolas.
É possível explorar diversas dimensões de aprendizagem flexível, mas dentro desse contexto nosso foco é a comunicação. Necessitanto que a mensagem seja clara quando se discute a importância da tecnologia. Principalmente com o uso de uma ferramenta nova em sala de aula.
Paulo Bellé, Senior Marketing Manager da Khan Academy Brasil, aponta que comunicar bem o uso da tecnologia é o que fará com que todas as partes envolvidas no projeto pedagógico entendam não só os objetivos, mas também os motivos pelos quais determinada plataforma está sendo inserida no dia a dia dos docentes.
Comunicar claramente o objetivo de uso da tecnologia, considerando a compreensão dos educadores no caminho proposto. “Não se trata de ter somente um caminho que vai da rede ou do gestor direto para os professores, mas de os educadores também terem um momento de feedback com o plano proposto para que todas as partes consigam chegar num alinhamento do que faz sentido ou não”, afirma Paulo.
Suporte necessário
Mesmo que alguns jovens já estejam familiarizados com as tecnologias e o estudo virtual. Ou seja, ainda é preciso que o professor assuma a postura de orientador, principalmente quando são introduzidas novas ferramentas educacionais.
Maurício Mailan Lange, professor de matemática na rede pública municipal de Pelotas (RS) afirma que, mesmo antes da pandemia, sempre tentou incluir tecnologia em suas aulas. Isso porque o conteúdo que trabalha, matemática, nem sempre é o mais querido da turma.
Dessa forma, aplicativos e plataformas tecnológicas acabam funcionando como um suporte para atrair atenção do estudante.
Com o retorno ao presencial, ele tem expectativas de continuar usando a tecnologia como suporte para suas aulas. Assim como o que conseguiu desenvolver quanto a comunicação, como os grupos de WhatsApp criados durante a pandemia. Isso porque percebeu o quanto essa ferramenta pode aproximá-lo dos responsáveis, por exemplo.
O educador destaca que, ao estimular seus alunos no uso de tecnologia em casa, espera que eles percebam que há ligação entre o que viveram durante a pandemia e o que farão agora com o momento presencial.
A professora Elisângela Helena Andrade, que dá aulas de matemática no Colégio Militar Estadual Cel PM Derly Luiz Vieira Borges, em Boa Vista (RR), aponta que uma das estratégias utilizadas para comunicar a importância de usar a tecnologia foi investir nas vantagens. Assim, garantindo que tanto estudantes quanto familiares entendam o quanto elas podem servir como aliadas do aprendizado.
“A ideia é trazer a família como parceira e pra isso eu tenho que mostrar as vantagens do uso de tecnologia [de forma que] não caia nos ouvidos dela como um peso e sim como algo leve, que vai ajudar seu filho”, diz a professora.
A importância de comunicar
A comunicação entre escola, estudantes e responsáveis é muito importante, mas a comunicação interna entre os professores e gestores é essencial.
É comum que educadores não desejem continuar usando a tecnologia. Nesse momento, cabe à gestão – e, às vezes, aos professores mais engajados – informar e instruir a importância da tecnologia para o desempenho escolar. Estabelecer uma comunicação clara, com objetivos específicos, é uma ferramenta indispensável.
Elisângela conta que às vezes faz troca de experiências entre educadores para que aqueles mais acostumados com a tecnologia possam envolver os que são mais resistentes e, assim, motivá-los e inspirá-los no uso dessas ferramentas.
Um dos argumentos usados é o de que, ao usar tecnologia, os educadores saibam que estão ajudando. Isso não diz somente aos estudante, mas, também, à própria prática dentro da sala de aula.
Paulo Bellé também destaca que a gestão precisa ter uma visão de quais são os limites de cada docente, para evitar mais fadiga para os educadores. Assim, implementando a tecnologia de forma a trazer acolhimento para todos, usando-a como suporte para uma aprendizagem flexível.
5 dicas para comunicar bem a aprendizagem flexível
- Mantenha canais de comunicação que são acessíveis para todas e todos;
- Utilize plataformas que as pessoas já usam para se comunicar no dia a dia;
- Esclareça quais são os objetivos e a estratégia pedagógica para alcançá-los;
- Tenha sempre um espaço aberto para responder as devolutivas rapidamente;
- Pense em rotinas comunicacionais para o ano todo, incluindo por onde serão veiculados os comunicados e com qual frequência.
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